26/06/2019

HJXXIII oferece serviço de microcirurgia em cirurgia plástica

Desde janeiro de 2019, o Hospital João XXIII (HJXXIII) conta com serviço de microcirurgia em cirurgia plástica – uma técnica cirúrgica baseada no uso de microscópio para a manipulação de estruturas anatômicas de pequenas dimensões e que aumenta muito a precisão do procedimento, sendo indicada para conexão de vasos, veias e reconstrução de tecidos.

A coordenadora da cirurgia plástica e da Unidade de Tratamento de Queimados do HJXXIII, Kelly Danielle de Araújo, explica que o procedimento permite a recuperação de lesões por meio da retirada de tecidos, que podem vir até mesmo de áreas distantes do corpo.

“Trata-se de uma cirurgia mais elaborada de reconstrução, pois permite levar grande quantidade de tecido de uma parte para outra de maneira mais complexa - com músculo ou osso, por exemplo. É possível tirar de uma fíbula para reconstruir uma face, ou tirar de um músculo do abdômen para reconstruir uma área na cabeça”, esclarece.

Além de Kelly, a equipe é composta pelas cirurgiãs Cristiane Tavares Ferreira e Vívian Pacheco de Lemos - responsável por trazer a microcirurgia para a cirurgia plástica no HJXXIII - e mais dois residentes. “Durante o procedimento microcirúrgico, duas equipes atuam ao mesmo tempo: uma faz a área doadora e a outra atua na parte que vai receber o tecido, em que se trabalha com o microscópio para a realização da anastomose (união) de vasos e nervos. Já fizemos dois casos desde então: duas lesões de membro inferior de pacientes politraumatizados, com fratura exposta e perda extensa de substância. Como não era possível a reconstrução por retalhos locais, foi feita, via microcirurgia, a retirada de músculo abdominal para reconstrução do pé”, disse Kelly.

O serviço representa um enorme ganho assistencial para o Hospital João XXIII, por ser uma unidade referência no Estado em politrauma e atendimento a grandes queimados. “Trabalhamos com traumas complexos, com perdas de substâncias extensas e, às vezes, perdem-se até mesmo segmentos corporais de acordo com a gravidade da ferida. Com a microcirurgia, torna-se possível reconstruir a área. Algumas estruturas nobres do corpo necessitam de cobertura que não se conseguiria ter com outro tipo de cirurgia”, conclui a médica.

Por Fernanda Moreira Pinto