05/05/2020

Fhemig divulga versão atualizada do Protocolo de Diretrizes para Enfrentamento à Covid-19

Foi lançada no dia 28 de abril, a segunda versão do Protocolo de Diretrizes Assistenciais para Enfrentamento à Covid – 19, disponibilizada no site da Fhemig (https://bit.ly/2YC6I5f) para consulta geral. O documento, com 186 páginas, foi elaborado pela Diretoria Assistencial (Dirass) da Fundação, junto às unidades, considerando a necessidade de manejo técnico-assistencial específico para a doença e seu potencial de gravidade, e as demandas por um atendimento com segurança para os profissionais em todos os níveis e para os pacientes.


O protocolo tem como principal objetivo padronizar as ações assistenciais a serem executadas no âmbito da Fhemig e orientar as equipes assistenciais das unidades, de modo que a resposta à pandemia seja mais rápida e eficaz, sem deixar que sejam observadas todas as práticas de segurança sanitária, do paciente e do trabalhador.

Segundo a diretora assistencial da Fhemig, Lucineia Carvalhais, o protocolo foi desenvolvido em tempo recorde (30 dias, e as atualizações, em duas semanas), com o trabalho intenso e integrado das equipes da Dirass e das unidades, em especial do HEM (Hospital Eduardo de Menezes), HJK (Hospital Júlia Kubitschek), e do HJXXIII (Hospital João XXIII), mesmo se tratando de uma doença nova e que ainda gera muitas dúvidas. “A elaboração do Protocolo em tão pouco tempo só foi possível devido ao grande esforço coletivo das diretorias e gerências assistenciais, inclusive com participação multiprofissional de vários servidores da assistência”, afirma o coordenador de protocolos clínicos da Dirass, Guilherme Garcia.

Na versão atualizada do documento, foram acrescentadas atualizações sobre o comportamento da pandemia em Minas Gerais, orientações sobre cálculos de uso de EPI e atualizações sobre manejo de pacientes de Covid-19, principalmente de pacientes graves. “Como é um protocolo escrito a diversas mãos, foi importante avaliar a coerência das informações quanto à biossegurança dentro dos vários cenários da Covid-19, como atendimento ambulatorial, hospitalar, CTI, limpeza, etc.”, completa Guilherme Garcia.


Dinamismo

Diante da velocidade com que as informações sobre a Covid-19 são atualizadas, e pelo dinamismo do contexto epidemiológico em que ela está inserida, são exigidas adaptações constantes nas ações de saúde a serem implementadas, e consequentemente nas diretrizes repassadas pelas autoridades. Por isso, o protocolo de Diretrizes Assistenciais da Fhemig pode ser alterado a qualquer momento. “A Dirass está em processo de atualização constante na literatura nacional e internacional sobre o tema, baseando-se nas diretrizes do Ministério da Saúde e SES-MG, publicações internacionais de diversas sociedades científicas, de sistemas de saúde como o Serviço Nacional de Saúde (Nacional Health Service – NHS), Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), e publicações da Alemanha, China, Espanha, Itália e outros países”, afirma Lucineia Carvalhais.

Para Guilherme Garcia, pelo desconhecimento sobre a nova doença, a escolha de artigos confiáveis e de qualidade foi fundamental para o embasamento dos textos e da opinião dos especialistas da Fhemig. “Esta pandemia trouxe pânico, e consequentemente uma grande quantidade de propostas de tratamento não validadas, exigindo visão crítica das informações e atualização diária, pois dados importantes surgem dia a dia”, ressalta Guilherme.

Segundo a diretora assistencial, o Protocolo desenvolvido pela Fhemig tem grande importância não apenas para padronizar internamente as diretrizes para o cuidado direto, como para descrever modelos de atenção das diversas categorias de servidores no cuidado ao paciente com Covid-19. “As orientações divulgadas no Protocolo podem ser adotadas por unidades de saúde de diversos municípios do Estado, e passíveis de serem aplicadas em outras cidades do país”, explica ela. “É importante que a Fhemig, pela sua magnitude, tenha diretrizes claras para sua rede assistencial. Um protocolo deve balizar recursos materiais e humanos necessários, medicamentos essenciais e treinamento”, completa o coordenador de protocolos.


Diretrizes

O documento publiciza todas as diretrizes aplicadas no atendimento à Covid-19, como as definições para casos suspeitos, confirmados, descartados e curados da doença, principais sintomas, formas de transmissão, orientações sobre equipamentos de proteção individual (EPI), manejo para cada quadro clínico apresentado pelo paciente, e ações específicas para demais categorias profissionais da equipe multidisciplinar.

O protocolo também detalha sobre como é feita a notificação dos casos, seguindo a determinação divulgada no Protocolo Estadual: todo caso é de notificação compulsória imediata, ou seja, deve ser comunicado por profissional de saúde em até 24 horas, a partir da ocorrência de casos suspeitos. Os casos leves são classificados como SG (Síndrome Gripal) e os casos graves e internados serão classificados como SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).


Informações Gerais

Além das diretrizes para o cuidado direto do paciente com Covid-19, o Protocolo apresenta diversas informações gerais sobre a comorbidade. De acordo com o documento, “embora a maioria das pessoas com Covid-19 tenha doença leve ou sem complicações (81%), algumas desenvolvem doenças graves que requerem oxigenoterapia (14%) e aproximadamente 5% exigirão tratamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A maioria dos pacientes em estado crítico exigirá ventilação mecânica, e o diagnóstico mais comum em pacientes graves com Covid-19 é pneumonia grave”.

“A identificação precoce da doença nas suas formas mais graves permite suporte otimizado, tratamento e encaminhamento rápido na admissão da enfermaria do hospital ou Unidade de Terapia Intensiva, conforme protocolos institucionais ou nacionais”.

O Protocolo ainda destaca que “indivíduos de todas as faixas etárias são susceptíveis à Covid-19. Idosos e portadores de doenças crônicas, como diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças pulmonares crônicas, câncer e doença renal crônica, apresentam maior probabilidade de desenvolverem formas graves da doença e necessitar de hospitalização e cuidados intensivos”.

Sobre os testes diagnósticos específicos da Covid-19, “estes deverão ser usados à medida que haja sua disponibilização pelo sistema público e com recomendações explicitadas”.

Por Anni Sieglitz