18/02/2021

Hospital João XXIII teve queda de 20% nos atendimentos em carnaval atípico

Belo Horizonte viveu um carnaval atípico em 2021, cancelado meio à pandemia da covid-19 por questões de segurança sanitária. A rotina seguiu naqueles que seriam dias de folia e, consequentemente, isso refletiu no Hospital João XXIII, referência no atendimento aos casos de traumas graves.

Em relação ao ano passado, houve uma redução de 20% no atendimento no mesmo período do carnaval. Em 2020, foram 1.436 atendimentos e, em 2021, 1.126. Alguns casos chamaram a atenção: o número de agressões físicas, principalmente envolvendo arma branca, caíram de 171 para 56 casos esse ano. Os motivos clínicos também diminuíram, de 263 para 169.

Por outro lado, os atendimentos a motociclistas aumentaram, de 51 no ano passado para 62 atualmente – o que não necessariamente está relacionado ao carnaval (ou à sua ausência), mas mostra que esse índice está oscilando pouco durante os meses da pandemia.

“As pessoas preferem ir para o carnaval a pé ou por meio de aplicativos de transporte. Além disso, as ruas são fechadas para o desfile dos blocos. Por isso, não aumentam muito os casos de acidentes de trânsito durante o carnaval, mas aumentam os casos de intoxicação exógena (álcool, drogas etc.), de agressões físicas e outros acidentes consequentes das aglomerações festivas”, explica a gerente médica da Urgência e Emergência, Daniela Fóscolo.

A médica ainda observa que o perfil de atendimento do Pronto Socorro se altera nos períodos de carnaval convencionais. O HJXXIII recebe pacientes regulados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) na maioria das vezes. Já no carnaval, a demanda espontânea cresce consideravelmente. “A localização central do hospital possibilita que as pessoas procurem diretamente por atendimento quando acontece algum acidente ou passam mal em decorrência do consumo de bebidas, por exemplo”, explica Daniela.

Sem as ruas movimentadas pelo carnaval, a sensação da equipe do Hospital João XXIII foi de que foram “plantões corriqueiros” nesse ano.


Por Michèlle de Toledo Guirlanda