12/08/2021

Gêmeos superam a covid-19 depois de longa internação no Hospital Eduardo de Menezes

Mesmo buscando atendimento no início dos sintomas e fora da faixa etária de maior risco, os irmãos precisaram ser intubados 

Quem vê a alegria dos gêmeos Bruno e Breno, de 31 anos, não imagina os desafios que eles enfrentaram depois que foram infectados pelo novo coronavírus. Jovens, saudáveis, praticantes de atividade física e sem nenhum tipo de comorbidade, eles passaram cinco dias intubados no CTI do Hospital Eduardo de Menezes (HEM). Depois de um longo período de internação, a dupla comemora a volta para a casa, grata à equipe da unidade onde atravessaram o período mais difícil das suas vidas. 

“Usávamos máscara e álcool em gel o tempo todo no trabalho – que é onde provavelmente nos infectamos – mas, vez ou outra, nos descuidávamos. A gente imaginava que, pela nossa idade e por não termos nenhum problema de saúde, mesmo se pegássemos o vírus, não teríamos nenhuma complicação. Mas, infelizmente, não foi assim”, conta Bruno Leonardo da Silva Santos.

Batalha pela vida

Segundo ele, foi no oitavo dia com sintomas da doença que o estado de saúde de ambos começou a se complicar. “Já estávamos fazendo uso de alguns medicamentos receitados no posto de saúde, desde o quarto dia. Porém, no oitavo tivemos muita febre e já nos sentíamos extremamente cansados. Quatro dias depois, os sintomas se agravaram e estávamos com saturação baixa e muita dificuldade para respirar. Fomos atendidos pelo Samu, que nos levou para a UPA. Lá, ficamos até anoitecer, respirando com dificuldade mesmo com máscara de oxigênio. Meu irmão acabou sendo intubado e, no mesmo dia, fomos transferidos para o CTI do HEM, onde recebemos toda atenção das equipes e o suporte necessário”, relata Bruno. gemeos covid 1

Para Breno Henrique da Silva Santos, que permaneceu por 11 dias no CTI da unidade, reencontrar o irmão no quarto, depois de dias de incertezas e medos, foi um momento de grande alegria. “Foi uma surpresa, ao chegar  no quarto, saber que eu o dividiria com meu irmão, que pela honra e glória de Deus estava bem”, conta. 

De acordo com o gerente do CTI do Eduardo de Menezes, Aguinaldo Bicalho Ervilha Júnior, os irmãos foram tratados pela equipe multidisciplinar, que conta, entre outros profissionais, com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas. “Felizmente, os dois evoluíram com melhora durante a internação. Conseguimos extubá-los após cinco dias, sendo que o Bruno teve alta do CTI e, algum tempo depois, da enfermaria, dias antes do Breno”, relata o médico.

Um novo olhar

gemeos covid 3 editA sensação ao rever a família foi “maravilhosa”, como descreveu Breno. “Eu só conseguia chorar e agradecer a Deus por aquele momento. Pessoas muito especiais estiveram comigo, me acolhendo, ajudando, orientando, incentivando, fortalecendo e ensinando muito sobre o que de fato nós precisamos para sermos felizes e o que realmente importa em nossas vidas. Deus abençoe de maneira surpreendente a vida de todos que estiveram presentes em nossa recuperação! Sou muito grato por toda dedicação, carinho, apoio e assistência que eu e minha família recebemos. Vocês são sensacionais”, afirma. 

Bruno, que teve alta dias antes do irmão, também diz ter mudado a forma de enxergar as coisas, após 13 dias hospitalizado.  “Foram dias difíceis, de muita luta e orações. Essa experiência me fez enxergar o verdadeiro valor das coisas simples da vida e a importância da família e dos amigos. Sem eles e Deus, não somos nada”. E completa. “Gostaria de deixar meu agradecimento aos profissionais do Hospital Eduardo de Menezes. Todos, sem exceção, foram muito dedicados e fundamentais para que eu me recuperasse o mais rápido possível. Fiquei muito feliz por Deus ter colocado anjos para cuidar da gente”. 

Por Aline Castro Alves