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30/08/2023

Hospital Regional Antônio Dias aumenta em 30% o número de cirurgias e também amplia atendimentos e internações realizados no primeiro semestre

Gestão de recursos humanos, gerenciamento de leitos e consórcio intermunicipal têm sido fundamentais para bons resultados na unidade em Patos de Minas

Um aumento de mais de 30% no número de cirurgias no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022: foram quase 2.500 procedimentos cirúrgicos realizados nos primeiros seis meses de 2023 no Hospital Regional Antônio Dias (HRAD), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), em Patos de Minas. Entre as intervenções, 1.182 foram de urgência e 1.296 eletivas, em especialidades como cirurgia geral, ortopédica, ginecológica, neurológica e buco-maxilo-facial. Números que representam uma melhoria, fruto de ações que otimizaram processos e trouxeram mais eficiência ao atendimento.


Entre as cirurgias ortopédicas – maior demanda da unidade – o número de intervenções subiu de 823, no primeiro semestre de 2022, para 1.060 no mesmo período de 2023. Em 2021, foram 740, ou seja, uma média de 40 procedimentos a mais por mês em comparação ao mesmo período de anos anteriores.

A melhoria dos números tem impactado diretamente na fila de cirurgias ortopédicas da macrorregião Noroeste do estado. No dia 27/9/2022, 144 pacientes aguardavam por um procedimento. No dia 28/8/2023, um total de  59 pessoas esperavam por uma cirurgia de ortopedia na região. Uma redução de mais de 40% em 11 meses.

A diretora do Hospital Regional Antônio Dias, Polyana de Oliveira Caires, ressalta a importância da unidade para toda a região. “O HRAD tem grande relevância para o território, principalmente pelo fato de atender a linha de traumato-ortopedia, que ainda representa um vazio assistencial na macrorregião. Conseguimos números relevantes comparados ao mesmo período do ano anterior, sobretudo em relação às cirurgias”, salientou.

070821-Fbio-Marchetto-12b.jpgAções

O HRAD tem trabalhado para promover maior resolubilidade e qualidade na assistência de média e alta complexidade. A gestão de escalas médicas por consórcio intermunicipal de saúde, desde dezembro do ano passado, foi uma importante mudança para a assistência na unidade. A iniciativa permitiu a cobertura dos plantões da urgência e emergência, reorganizou equipes e possibilitou aos médicos com expertise em suas áreas se dedicarem à produção cirúrgica, aumentando significativamente o número de procedimentos realizados. 

A secretária de saúde de Patos de Minas, Ana Carolina Caixeta, endossa que a parceria com o consórcio intermunicipal de saúde para preencher as escalas médicas favoreceu a melhoria dos índices assistenciais e impactou positivamente na espera por cirurgia eletiva. “Tínhamos uma fila para procedimento ortopédico em que o paciente aguardava de 30 a 40 dias. Hoje, esse prazo caiu para uma média de 12 dias.  Uma redução de mais de 50% em seis meses”.

Além da parceria com consórcio intermunicipal de saúde, outras ações são responsáveis pelos bons resultados, como o fortalecimento do Núcleo Interno de Regulação (NIR) - setor responsável pela interface com a regulação para disponibilização de leitos e procedimentos, segundo critérios pré-estabelecidos para o atendimento - e articulação com a Central de Regulação da Macrorregião Noroeste para maior eficientização do uso do leito.

“Agora são realizados rounds para discussão de casos clínicos, com proposição de ações efetivas para o cuidado adequado, que proporcionam tempo menor de internação, maior giro do leito e consequente redução de taxas de permanência, com maior número de pacientes assistidos”, destaca Polyana. “ Adotamos também, junto aos municípios do entorno, a alta responsável, em que o paciente continua o tratamento no município de origem, por meio do serviço de atenção domiciliar. Todas as ações são pensadas para chegar diretamente ao usuário. Temos trabalhado para que o paciente seja beneficiado, com atendimento mais rápido e de mais qualidade”, conclui a diretora.

Outros números

Com todas essas ações, o tempo de internação diminuiu: em 2021, os pacientes ficaram internados no HRAD, em média, por 6,3 dias. O número reduziu para 6,1 dias em 2022 e, no primeiro semestre de 2023, chegou a 5,7 dias.

Com maior rotatividade de leitos, o número de internações aumentou. No primeiro semestre de 2021, o hospital  internou 3.133 pacientes. No mesmo período, em  2022, foram 3.428 e, no primeiro semestre deste ano, o HRAD alcançou a marca de 3.772 pacientes internados.

Houve aumento no número de atendimentos realizados na unidade. De 7.643 no primeiro semestre de 2021 para 8.789 casos no mesmo período do ano seguinte. Em 2023, o número foi para 9.887 nos primeiros seis meses.

Os índices da pediatria também subiram. No primeiro semestre de 2022, foram 153 atendimentos de urgência e 321 internações de crianças. Já nos primeiros seis meses deste ano, os números aumentaram para 207 e 414, respectivamente.

Assistência qualificada

O barbeiro Wander Pereira da Silva, da cidade de Presidente Olegário, precisou de uma cirurgia ortopédica após escorregar no banheiro no dia 21/7. No dia 1/8 foi transferido para realizar o procedimento no HRAD. “Quando surgiu a vaga, fiquei muito contente e aliviado. Fui muito bem atendido no hospital. A cirurgia foi  realizada no dia 3 e tive alta no dia 4/8. Sei que a demanda da unidade é muito alta, inclusive para casos mais graves que o meu. Agradeço a toda equipe pelo atendimento”, disse.

Quem também precisou de cirurgia ortopédica e pôde contar com assistência de qualidade em tempo adequado foi Bruno José Caetano. Ele sofreu um acidente de moto no dia 1/7, foi socorrido pelo Samu e levado para o HRAD com politrauma e suspeita de hemorragia. “Cheguei ao hospital em estado de choque. Fiquei uma semana no CTI e depois fui para a enfermaria. Doze dias depois da minha entrada, fiz minha primeira cirurgia e correu tudo bem. Na semana seguinte, mais outra cirurgia no braço e na mão direita, também sem intercorrências. No dia 21/7 recebi alta. O meu atendimento no HRAD foi o melhor possível: funcionários com cuidado exemplar, médicos atenciosos, que mantiveram minha família informada. Uma assistência muito boa e que não deixa nada a desejar para nenhum outro hospital em que já fui atendido”, conta.

Importância dos servidores

A diretora Polyana Caires ressalta o engajamento dos servidores nas iniciativas de melhoria do atendimento. “Buscamos ter uma visão clara e entendimento dos processos da unidade, participando ativamente das discussões e decisões que impactam diretamente a assistência ao paciente. A escuta ativa dos servidores é fundamental, pois são eles que desempenham esse papel primordial de execução das ações. A busca contínua por melhoria no atendimento, com transparência e integração, faz com que os servidores se engajem e busquem resultados cada dia melhores. Estamos sempre próximos das gerências e coordenações, com diálogo aberto, monitoramento e gerenciamento de equipes, trabalhando lado a lado para que tudo seja executado conforme o planejado”, enfatiza.

O HRAD tem outras metas para os próximos meses, como reduzir ainda mais o tempo de permanência e, com isso, aumentar o giro de leito, o que possibilitará a diminuição contínua da espera dos pacientes de outros municípios por procedimentos cirúrgicos. “Com análises baseadas no refinamento de dados pelo DRG (metodologia de categorização de pacientes internados em hospitais, de acordo com sua complexidade assistencial), vem sendo possível trabalhar os gargalos específicos e melhorar a cada dia nossos resultados. Outro ponto a destacar é o fortalecimento da gestão de pessoas e a promoção de capacitações. Vamos ofertar treinamentos compatíveis com nosso nível de complexidade e ações internas para melhoria do clima organizacional, valorizando e reconhecendo o servidor que dedica seu tempo em cuidar dos pacientes”, conclui a diretora.


Por Fernanda Moreira Pinto
Fotos: Divulgação / Fhemig e Fábio Marchetto (SES-MG)