17/12/2020

HJXXIII chega ao fim da primeira fase do projeto Lean nas Emergências

O Hospital João XXIII (HJXXIII) realizou, no dia 10 de dezembro, cerimônia de encerramento da primeira etapa do projeto Lean nas Emergências. O evento aconteceu no auditório do HJXXIII, seguindo todas as regras de distanciamento social, com número limitado de pessoas e também com possibilidade de participação on line.


Estiveram presentes na cerimônia membros da direção do Complexo Hospitalar de Urgência da Fhemig: Luciana Laurentys, Silvana Teotônio, Raquel Mariz e Aline Vilmara; a assessora da direção e líder do Lean no HJXXIII, Cintia Carvalho – que apresentou os bons resultados obtidos com o projeto. O evento contou ainda com a presença do coordenador da Urgência e Emergência da Prefeitura de Belo Horizonte, Alex Sander Sena, além dos consultores do Hospital Sírio Libanês, Gustavo Schultz e Luciana Gimenez, e o coordenador do Projeto Lean nas Emergências, Welfane Cordeiro. Também estiveram presentes representantes de diversos setores do HJXXIII.

Após obter resultados positivos no Hospital Júlia Kubitschek (HJK) e no Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), o projeto Lean nas Emergências, viabilizado por meio do Proadi- SUS, do Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Sírio Libanês, começou a ser implantado no Hospital João XXIII em fevereiro deste ano. O principal objetivo é reduzir a superlotação da emergência, além de evitar desperdícios, excesso de estoque, retrabalho, reduzir o tempo de espera e potencializar os talentos.

“Após diagnóstico operacional, que analisou os indicadores da unidade, fomos selecionados para compor um grupo de quase 100 hospitais públicos no país para implantação do Lean como ferramenta de gestão institucional”, explica a assessora da direção e líder do Lean nas Emergências no HJXXIII, Cíntia Carvalho. “As visitas dos consultores se iniciaram em fevereiro, quando recebemos a tarefa de implantar o 5S (senso de utilização, senso de organização, senso de padronização, senso de limpeza e senso de autodisciplina). Já a partir daí, grandes transformações apareceram em todo ambiente hospitalar”, pontua.

Com as visitas e consultorias on line, a equipe do HJXXIII foi capaz de promover grandes mudanças - principalmente no cenário do pronto-socorro. O ambiente foi reconfigurado para especificar o atendimento aos pacientes de média e baixa complexidade, sendo a segregação de fluxos uma das estratégias mais impactantes na organização do pronto-socorro. 

“Essa reconfiguração permitiu, ainda, a construção de um novo fluxo de atendimento, conferindo segurança ao atendimento dos pacientes em isolamento respiratório e efetivando as ações para enfrentamento da pandemia de Covid-19. Em setembro, finalizamos uma das ferramentas mais poderosas contra a superlotação: o Plano de Capacidade Plena (PCP), que é uma estratégia de ações interdependentes entre todos os setores do hospital. O PCP, associado ao Plano de Crise da Covid-19, trouxe segurança e maior assertividade nas tomadas de decisão frente a maior crise epidemiológica deste século”, acredita Cíntia. 

Resultados

Ao fim dessa etapa, o hospital apresentou uma redução de 65,5% no tempo de permanência no pronto-socorro, entre pacientes que não internam. A agregação de valor ao atendimento do paciente teve aumento de 186% e a Taxa de Média Permanência reduziu em 14,2%.

“Tudo isso significou uma redução 1,39 dias de internação, ou seja, o HJXXIII ganhou mais 45 leitos hospitalares por mês. Isso explica o fato de que, mesmo tendo uma redução de leitos por causa dos fluxos de isolamento respiratório e assumindo fluxos de outras unidades de saúde que estão na referência para atendimento a suspeitos ou confirmados de Covid-19, conseguimos sair de um cenário de hiperlotação para um ambiente seguro, sem pacientes nos corredores e com melhor distribuição dentro das salas de atendimento do pronto-socorro”, ressalta a líder do projeto no Hospital João XXIIII.

A próxima etapa do projeto é de acompanhamento dos indicadores pelos consultores e, consequentemente, pelo Ministério da Saúde.

Por Fernanda Moreira Pinto