19/12/2019

HJK encerra Projeto Lean nas Emergências com resultados expressivos

Após o evento de conclusão do projeto Lean nas Emergências (Proadi-SUS) no Hospital Infantil João Paulo II, foi a vez de o Hospital Júlia Kubitschek (HJK) apresentar os resultados após três meses de participação no programa. A cerimônia de encerramento no HJK aconteceu ontem (18), no Espaço Cinema da unidade, e contou com a participação do presidente da Fhemig, Fábio Baccheretti, além de diretores, gestores, consultores e servidores do hospital.

 A mesa de abertura foi composta, além de Fábio Baccheretti, pela gerente de apoio diagnóstico terapêutico do HJK, Cláudia Andrade, pelo médico emergencista e consultor do Hospital Sírio Libanês, Gutemberg Lavoisier, pela gerente assistencial do HJK, Inessa Beraldo e pelo diretor da unidade, Samar Musse. Para o diretor, o fato de o profissional atuar de forma mais sistemática é um dos pontos positivos da metodologia Lean. “É um projeto que revê toda a forma de trabalho do hospital. Apesar de atuar diretamente na Unidade de Emergência (UE), é de todas as áreas, de todos os setores. Só quem se envolve, entende a importância de cada parte do projeto. Deixamos de ser profissionais que estão apenas tocando um serviço, para sermos pessoas que pensam e analisam sobre aquilo que estão fazendo”, avaliou Samar. 

Já para Fábio Baccheretti, a “beleza” do Projeto Lean está no fato de que as melhorias vêm do esforço de cada um. “Sou muito fascinado com metodologia Lean e sempre que eu lembro de como era a UE, e como ela é hoje, fico muito alegre. Não houve grande investimento, ou grande obra. É O modo de se fazer, é um processo de trabalho. É disso que se trata o Lean, fazer mais com os mesmos recursos, ou até menos”, explicou Fábio.

O ingresso no projeto Lean nas Emergências pela Fhemig foi possível por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde, e tem como principal objetivo reduzir a superlotação das emergências nos hospitais. O projeto envolve todas as áreas do hospital, a partir da ‘porta-de-entrada’ até a saída do usuário. Ao aplicar o Lean nas emergências, espera-se, entre outros resultados, evitar desperdícios como, por exemplo, excesso de estoque, retrabalho, reduzir o tempo de espera e potencializar os talentos.

Resultados

O médico emergencista Gutemberg Lavoisier foi o responsável pela apresentação do projeto e da metodologia Lean na saúde, e destacou os resultados expressivos do HJK. “Provavelmente o HJK está entre os cinco melhores do ciclo B3 (Terceiro ano de projeto)”, afirmou o também consultor do Sírio Libanês. Segundo ele, a superlotação dos hospitais afeta a dignidade das pessoas . “O que desejamos, por meio do projeto, é entregar mais valor ao paciente, valor este pode salvar uma vida, ou dizer que a febre é apenas uma gripe. As pessoas não são iguais’, disse Gutemberg.

Em seguida, o especialista em políticas públicas e gestão governamental (EPPGG), Pedro Pimenta, e o médico cirurgião e coordenador médico da EU do HJK, Walter Perez, apresentaram as ações realizadas na unidade por intermédio do Projeto Lean nas Emergências. Segundo os profissionais, a UE apresentou melhoria significativa em vários indicadores como na espera do paciente vertical -aquele que está em pé (9,57 horas), redução de 53% no indicador de superlotação (NEDOCS - Escala de Superlotação do Departamento Nacional de Emergência), aumento de 36% nas altas até 10 horas e redução da média de tempo vago dos leitos em 75%.

Dentre as ferramentas utilizadas, os profissionais destacaram o Daily Huddle, que consiste nas reuniões diárias para comunicação entre os vários segmentos do hospital, e o Diagrama de Espaguete, que melhorou a orientação para os pacientes, quanto ao fluxo de atendimento. Como melhorias advindas da ferramenta 5S (Senso de Utilização, Organização, Limpeza, Saúde e Higiene, e Autodisciplina), houve melhor desempenho operacional, facilidade de limpeza e para encontrar materiais de trabalho, além de o ambiente ter ficado esteticamente mais agradável. 

Segundo o diretor Samar Musse, a busca por avanços não se encerra junto com a participação no projeto. “Hoje colocamos uma vírgula, mas daremos uma sequência às ações do projeto. Ainda temos uma longa caminhada e indicadoras para melhorar", disse Samar.

Por Anni Sieglitz