05/10/2021

Plano de Atendimento a Múltiplas Vítimas do Hospital João XXIII completa 10 anos

Maior pronto-socorro da América Latina, a unidade da Fhemig recebe vítimas de catástrofes de Minas e de outros estados

Os desastres são caracterizados por situações em que o número de vítimas excede a capacidade de atendimento, ou seja, há um desequilíbrio entre os recursos disponíveis e as necessidades.  Eles podem ser naturais (enchentes, desabamentos decorrentes de chuvas e terremotos) ou "provocados" (violência urbana, via pública, incêndios, acidentes automobilísticos, acidentes biológicos, químicos, radioativos, nucleares e explosivos).

No Hospital João XXIII (HJXXIII) - maior pronto socorro da América Latina -, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), quando acontece uma catástrofe com potencial de grande número de feridos, que vão além da capacidade normal de atendimento da unidade, é acionado o Plano de Atendimento a Múltiplas Vítimas (Pamv). 

O objetivo é se adequar às situações em que são identificadas a necessidade de esforços extras da equipe assistencial do Hospital João XXIII, de forma ordenada e planejada, garantindo, assim, a qualidade do atendimento e a manutenção da eficácia na Gestão de Riscos e Segurança do Paciente. “Com o Pamv aumentamos a capacidade de atendimento, especialmente para vítimas graves, e direcionamos os recursos para os casos que mais necessitam”, explica o gerente médico adulto do HJXXIII, Rodrigo Muzzi.

Criado em 2011, o Plano de Atendimento a Múltiplas Vítimas completa 10 anos e já foi acionado em tragédias de comoção nacional, como a ruptura da barragem em Brumadinho; no  caso das crianças queimadas em uma creche na cidade de Janaúba; após a queda de um viaduto em Belo horizonte; após o incêndio em um barco no Acre; e depois da explosão de uma churrasqueira, que queimou uma turma de amigas, em Itapecerica da Serra. “Em alguns casos, o plano é ativado parcialmente. Não pelo número de vítimas, mas pelo grande número de pacientes graves”, afirma Muzzi. 

O médico explica ainda que quando uma catástrofe é comunicada à unidade, a funcionalidade das salas de atendimento mudam, com o objetivo de acomodar o maior número de vítimas possível. “Setores de menor complexidade cuidam dos casos que necessitam de suporte menor (analgesia, leito de observação), com uma pequena parte da equipe. Casos intermediários são colocados em um setor com mais recursos.  E os pacientes graves recebem atendimento na sala de politraumatizados, tendo prioridade absoluta no tratamento pelo risco aumentado de morte. Para isso, as trocas de plantão são suspensas, ou seja, quem deveria sair se mantém no hospital. E aqueles que podem ser referenciados para outras unidades de menor complexidade são transferidos, havendo convocação de RH pelas chefias”, conclui. 

Por Aline Castro Alves 

Observação: a foto pertence ao arquivo da Fhemig e foi tirada antes do início da pandemia da covid-19.