01/12/2023

Hospital Eduardo de Menezes reúne profissionais para primeiro simpósio interdisciplinar

Unidade da Fhemig atua no cuidado a pacientes com doenças infecciosas e dermatológicas complexas

Nos dias 29 e 30 de novembro, foi realizado o primeiro “Simpósio Interdisciplinar do Hospital Eduardo de Menezes (HEM) - Infectologia, Dermatologia e Atenção Especializada”. O evento contou com palestras e mesas redondas conduzidas por profissionais com expertise na área e abordou temas atuais e relevantes das linhas de cuidado atendidas na unidade, com o objetivo de promover discussões entre especialistas e profissionais da saúde.


“O simpósio foi um sucesso. Tivemos um grande número de inscritos e um nível de satisfação muito alto dos participantes. Foi importante para divulgarmos nossas linhas de cuidado para que o maior número de pacientes se beneficie de uma condução clínica mais assertiva. Foi um momento de imersão e compartilhamento de conhecimentos e, também, uma oportunidade para que os profissionais de saúde conheçam e aprendam com os brilhantes servidores do nosso hospital”, afirma a diretora do HEM, Virgínia Antunes de Andrade.


Para a gerente assistencial da unidade, Tatiani Fereguetti, o simpósio foi de grande relevância. “Contamos com a presença de várias categorias profissionais, com saberes diversos, o que contribuiu bastante para as discussões. Conseguimos – com a participação de profissionais de vários municípios, de outros hospitais, de dentro e fora da Rede Fhemig, e de outras secretarias de saúde – cumprir o matriciamento, que é o compartilhamento do conhecimento, que está previsto na nossa vocação. Tivemos, ainda, a presença de municípios interessados em aprimorar, aperfeiçoar e até implementar serviços semelhantes. Então, foi uma troca muito rica”, relata. Ela ressalta ainda a importância do profissional sair um pouco da rotina do trabalho. “Esse momento para refletir sobre o que é feito no hospital contribui, de certa forma, para a autoestima dos profissionais, que se sentem mais pertencentes a uma história tão bonita e robusta como é a do HEM”, afirmou.


A diretora assistencial da Fhemig, Lucinéia Carvalhais, concorda e fala sobre a importância de oportunidades assim para o fortalecimento do serviço oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O simpósio trouxe toda a qualidade e experiência do hospital por meio de apresentações que sistematizam o cuidado. Além disso, foi uma boa oportunidade para que as equipes de atenção primária e secundária de Belo Horizonte – e de outros municípios do estado que estiveram presentes – entendam o papel estratégico do HEM em relação aos cuidados complexos e se integrem, fortalecendo ainda mais o SUS”, afirma.


Experiência enriquecedorasimposioHEM6

Juliana Carvalho Martins é farmacêutica bioquímica no Hospital João XXIII, da Rede Fhemig, e esteve presente nos dois dias do simpósio. “Foi muito enriquecedor, com palestras maravilhosas. Tenho certeza que todos os participantes saíram com muito mais conhecimento nas áreas de infectologia e dermatologia. A abordagem foi ministrada de acordo com o porte e referência do hospital, com temas atuais, além das vivências de pandemias, doenças negligenciadas até hoje e o ambulatório trans”, elogiou ela, que trabalhou por cinco anos na unidade e pôde acompanhar de perto a excelência do trabalho realizado.


A assistente social Heliana Moura, coordenadora da Unidade de Acolhimento Transitório e representante do Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas de Minas Gerais, também esteve presente. “Foi um evento de grande importância, que trouxe várias informações técnicas sobre as patologias que são atendidas no HEM, tanto na infectologia como na dermatologia. Também nos fez refletir principalmente sobre as vulnerabilidades sociais que não devem ser deixadas de lado no acompanhamento dos pacientes do hospital”, afirma. Ela destaca, ainda, as orientações sobre o manejo clínico do paciente crítico com HIV e sobre os cuidados paliativos, que possibilitam o alívio do sofrimento. “Para mim, foi umas das falas mais importantes, considerando momentos como pós-covid, aids e a realidade da infectologia. Precisamos de outros simpósios como esse, que possibilitem aos profissionais do interior estarem presentes para essa troca de informações, que muitas vezes desconhecem, e também as pessoas que vivem com HIV, para levarmos nossa vivência e sensibilizarmos os profissionais”.


Contribuição

O HEM conta com profissionais de alto nível e possui um papel estratégico na resposta a surtos, epidemias complexas e doenças de agravos, no âmbito estadual, de interesse sanitário nacional e internacional. Também presta cuidado cotidiano a pacientes com doenças infecciosas e dermatológicas complexas, além do cuidado multiprofissional especializado no processo transexualizador. A unidade produz, ainda, muitas publicações científicas, inclusive internacionais, de alta relevância.

Entre elas, as publicações decorrentes da epidemia de febre amarela, de 2017 e 2018, quando foi o hospital a atender o maior número de casos da doença em todo o mundo. Ao lado de autores nacionais e internacionais, a unidade publicou análises de amostras e descrições de situações que, inclusive, impactaram na mudança no Protocolo Nacional de Cuidados com a Febre Amarela.

Outro caso que merece destaque foi em relação à epidemia da covid-19, quando a unidade ficou 100% dedicada ao tratamento da doença, registrando um altíssimo desempenho de eficiência do uso do leito, que refletiu no atendimento a um número maior de pacientes encaminhados pela regulação.

O HEM foi, ainda, o hospital a registrar o primeiro caso de monkeypox em Minas e o primeiro óbito no país. Na oportunidade, produziu protocolos, com a Diretoria Assistencial da Fhemig, que foram disponibilizados no site da Fundação para que toda a rede pudesse usufruir das orientações de atendimento; e publicações internacionais a respeito dos casos atendidos, contribuindo para os cuidados a pacientes com esses agravos no Brasil.


Por Aline Castro Alves
Fotos: Equipe do HEM