28/10/2021

Vocação para servir

Nesta quinta-feira (28/10), Dia do Servidor, profissionais da Fhemig falam sobre o significado, a importância e a responsabilidade pelo exercício da carreira pública

Em algum momento de suas vidas, os quase 13 mil profissionais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) decidiram se tornar servidores públicos. A escolha significa mais do que se qualificar - por meio de concurso público, para os cargos efetivos -, representa comprometimento, dedicação e preparo contínuo para servir à população.

“A gente sente, realmente, que faz diferença na vida, principalmente, das pessoas mais marginalizadas da sociedade neste mundo desigual em que vivemos. Meu tempo de trabalho na Fhemig é o tempo da minha vida. Passo a maior parte de todos os meus dias nos hospitais da Fhemig. Então, faço desse trabalho a minha vida”, reflete a médica intensivista e especialista em Cuidados Paliativos nos hospitais Júlia Kubitschek (HJK) e Eduardo de Menezes (HEM), Neimy Ramos de Oliveira.

Dedicação e competência

A convicção e a clareza com que Neimy encara seu papel como servidora não é exceção, mas regra que orienta a maioria daqueles que se dedicam ao exercício da função pública. A enfermeira oncologista, mestre pela Faculdade de Farmácia da UFMG e responsável pelo setor de Quimioterapia do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), Giselle Vaz, escolheu a carreira pública durante a faculdade. Sua admiração pelo universo público é ainda mais remota.

“Sempre estudei em escola pública, e tive a chance de conhecer excelentes profissionais que exerciam com dedicação e competência seu ofício. Esses professores me deram a base necessária para entrar em uma faculdade pública federal e me encontrar profissionalmente. Foi nesses anos de faculdade que conheci mais de perto vários profissionais da saúde pública e tudo o que eles desenvolvem em prol do nosso Sistema Único de Saúde”, conta a enfermeira.

No mês que vem, Gisele completa 10 anos de atuação no HAC. “Meu primeiro concurso não foi para um emprego em si, mas para uma residência em oncologia, já que sentia a necessidade de aprofundar meus conhecimentos nessa área que, desde a metade da faculdade, tinha me conquistado”. Para isso, ela escolheu uma instituição pública que é referência nacional na área da Oncologia, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no qual aprendeu “não apenas praticamente tudo de Oncologia, mas como também um SUS de qualidade pode mudar a vida daqueles que o procuram”, assegura.

Gerações

DanielaAssim como Neimy, que cresceu ouvindo a mãe, professora da rede estadual de Educação, falar sobre o serviço público, a enfermeira do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital João XXIII (HJXXIII), Daniela Mello, ingressou na carreira pública por influência de sua mãe, também enfermeira e ex-servidora do HJXXIII. “Essa decisão veio no momento certo, quando eu já havia amadurecido na profissão. Estudei muito, fiz curso preparatório, e, ainda hoje, uso os conhecimentos assimilados, principalmente sobre os princípios da administração pública. Trabalhar em um dos maiores centros de trauma do Brasil faz diferença tanto no nível operacional, na assistência direta ao paciente, quanto no nível gerencial”, pondera.

Daniela não esconde o orgulho por ser servidora de uma das maiores gestoras hospitalares do país, e por atuar em um grande centro de urgência. “Quando falo que trabalho na Fhemig, no hospital João XXIII, não é raro notar olhares de admiração, e fico satisfeita por fazer parte dessa história. A experiência profissional e pessoal vivida ali é ímpar e difícil de descrever”, confessa.

Aprendizado permanente

Outra característica comum àqueles que decidem seguir a carreira pública é a certeza de que é fundamental investir numa formação contínua, a fim de manter o nível de excelência do atendimento prestado à sociedade.

Marcos AurlioCom uma trajetória de quase 17 anos de trabalho na Fhemig, Marcos Aurélio Fonseca, terapeuta ocupacional, professor universitário e doutorando em Saúde Coletiva pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), atua no Hospital Eduardo de Menezes e já trabalhou em três unidades da Fundação, nas quais desenvolveu numerosos projetos.

“Fiz de tudo um pouco, até chegar à função de diretor hospitalar. Ainda tenho muito a fazer, seja na assistência ou na gestão. Gosto muito de trabalhar na Fhemig. Ela é uma organização vibrante, que busca aprender permanentemente. Houve vários projetos de vanguarda e muitos momentos de inovação na Fhemig. Ela é uma instituição que dá muita liberdade para quem quer aprender e prosperar. Para mim, o segredo do sucesso é se manter qualificado, alinhado com o desenvolvimento tecnológico e com os avanços nos diversos campos do conhecimento. A saúde é uma área muito dinâmica e não dá para ficar imobilizado”, ensina Fonseca.

Futuro

AdeltonO também professor universitário, fisioterapeuta e diretor da Casa de Saúde Padre Damião, Adelton Barbosa, acredita que deve haver um diálogo permanente e produtivo entre as diferentes gerações de servidores para se construir o futuro da Fhemig. “A força de trabalho jovem é muito importante para a manutenção das atividades da Fundação. Em nosso ambiente de trabalho existe um conhecimento armazenado pelos servidores mais antigos, que não pode se perder. Precisamos utilizar a facilidade de aprendizado dos servidores mais jovens, para atuarmos com os mais experientes e potencializarmos a capacidade de entregas”, propõe.

A enfermeira oncologista Giselle Vaz é bastante contundente ao falar sobre o nível de qualificação dos trabalhadores. “A Fhemig tem um grande patrimônio que são seus servidores. Temos vários profissionais que são os melhores da sua área”, enfatiza.

Para ela, ser servidor da Fhemig significa ter, todos os dias, o reconhecimento e a gratidão das pessoas que são atendidas. “Entregar um serviço de qualidade e eficiente à população, poder exercer nossas atividades dentro dos limites da ciência, da ética e da autonomia profissional é o que torna o serviço público um lugar desejado por muitos”, acredita Giselle.

Sentimento semelhante é experimentado pelo terapeuta ocupacional Marcos Aurélio Fonseca. Segundo ele, o que mais o motiva é saber que o servidor público contribui para mudar a realidade das pessoas de forma direta. “Na Fhemig, tenho a satisfação de saber que o meu trabalho ajuda a fortalecer o SUS e contribui para diminuir as desigualdades sociais”.

Desafios e oportunidades

De acordo com o diretor da Casa de Saúde Padre Damião, Adelton Barbosa, os diferentes desafios e oportunidades, atrelados aos resultados que são entregues, o motiva a continuar sempre. “Temos visto a Fhemig se atualizar e buscar uma gestão moderna e alinhada com as estratégias de otimização da força de trabalho, com resolutividade de processos e gestão para resultados concretos”, garante.

Neste Dia do Servidor Público, as palavras da médica Neimy sintetizam e reafirmam o que sustentam os profissionais entrevistados. “A maneira como a gente trabalha no serviço público, em especial, lidando com pacientes marginalizados, desfavorecidos, cuidando deles, promovendo um tratamento digno, humanizado, me faz, sinceramente, me sentir mais próxima de Deus. É a sensação, realmente, de servir”, finaliza.

(*) Algumas fotos foram feitas antes da pandemia da covid-19.


Por Alexandra Marques