23/08/2019

Fhemig ingressa no projeto “Lean nas Emergências”

A Fhemig vem investindo na capacitação e atualização de seu corpo gerencial na filosofia Lean. Apesar de ter sido usada pela primeira vez dentro das indústrias de produtos manufaturados, a filosofia Lean vai muito além disso, pois traz consigo um corpo de conhecimento cuja essência é a capacidade de eliminar desperdícios, utilizando apenas os recursos necessários, por meio do engajamento das pessoas envolvidas nos processos. Isso implica em repensar a maneira como se lidera, se gerencia e se desenvolve pessoas.


Por ser uma filosofia, é necessária uma transformação cultural, desde os mecanismos gerenciais até o comportamento individual dos profissionais, tornando possível a incorporação do pensamento lean às práticas do dia a dia. Um dos maiores objetivos do Lean é racionalizar recursos e tempo e, ao mesmo tempo, aumentar a satisfação, a eficiência e o controle do risco.

A iniciativa se tornou abrangente e viável para a instituição quando a Fhemig foi selecionada para o Projeto Lean nas Emergências por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde, através de consultores do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo.

Dentro do perfil indicado pelo Proadi, foram selecionadas na Rede Fhemig duas unidades para participar inicialmente do projeto: O Hospital Infantil João Paulo II e o Hospital Júlia Kubitschek. Destaque para o Infantil, que é o primeiro hospital pediátrico no Brasil a participar do Lean nas Emergências. Essas unidades vêm sendo acompanhadas quinzenalmente por consultores do Hospital Sírio-Libanês.

Ainda dentro do projeto, foram oferecidas vagas para nove servidores de cada unidade da Rede Fhemig para participarem, no mês passado, do curso de imersão “Gestão Avançada de Serviços de Urgência (GASU)”, no Sírio-Libanês, em São Paulo.

Lean nas Emergências

O Lean nas Emergências tem como principal objetivo reduzir a superlotação das emergências nos hospitais. O projeto envolve todas as áreas do hospital, a partir da ‘porta-de-entrada’ até a saída do usuário. Ao aplicar o Lean nas emergências, espera-se, entre outros resultados, evitar desperdícios como, por exemplo, excesso de estoque, retrabalho, reduzir o tempo de espera e potencializar os talentos.

Segundo a gerente da Assistência Multiprofissional, da Diretoria Assistencial (Dirass), Cíntia Alcântara de Carvalho, “a superlotação dos setores de Urgência e Emergência é uma crise mundial e é o sintoma de ameaça ao sistema de saúde vigente. Especialistas buscam a solução para o problema de superlotação nas portas de urgência e o modelo Lean tem sido implantado com êxito em diversos serviços de saúde de diferentes países”.

Cíntia ainda lembra que “a filosofia de melhoria contínua é primordial na gestão da saúde. Na Urgência e Emergência, ao contrário do que se pensa, é previsível e passível de planejamento. A partir da Classificação de Risco é possível a decisão de fluxos de encaminhamento e recursos oferecidos dentro de um tempo de segurança para o atendimento médico. Considerando as principais variáveis de um serviço de Urgência e Emergência (risco clínico, recurso e tempo), o Lean torna-se essencial para reduzir o tempo entre as etapas do atendimento, para a racionalização de recursos, o aumento do giro de leitos e, consequentemente, para a capacidade assistencial da unidade. Por isso falamos em filosofia, já que é mais do que um processo de qualidade com ferramentas de gestão. O Lean nos leva a pensar todos os dias como podemos melhorar nosso trabalho, nossa vida. É a busca constante da perfeição”.

A história da filosofia Lean

A filosofia Lean foi criada na indústria automobilística japonesa logo após a 2ª Guerra Mundial, como forma de aumentar a produtividade e a eficiência no cenário da época. O conceito pode ser traduzido como “produção enxuta”, ou seja, é possível melhorar a gestão racionalizando recursos e otimizando espaços e insumos.

O Lean foi utilizado em praticamente todos os setores produtivos do ocidente. Na década de 90, devido aos resultados positivos na produção, ele foi adaptado para ser também adotado pela área da saúde, onde também já demonstrou êxito na melhoria do atendimento e da gestão nas unidades onde foi implantado.

“As ferramentas do Lean são a chave para desenvolver a confiança das pessoas em suas capacidades de resolver problemas de forma autônoma; confiança em seus colegas de também fazê-lo; sua confiança no fato de que todos podem colaborar para melhores resultados; orgulho pela melhoria alcançada; e esperança de que juntos podem resolver os desafios que o negócio lhes apresenta”, conclui Cíntia.


Por: Michèlle de Toledo Guirlanda