18/06/2021
Saúde MG reforça que efeitos colaterais graves de vacinas contra covid-19 são raros
Chances de óbitos pela covid-19 são muito maiores do que por reação da vacina
Dor de cabeça, febre, dor no local da vacinação e sinais de gripe são os eventos mais frequentes e esperados após a vacinação contra covid-19. Classificados como não graves pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), todos eles estão listados na bula dos imunizantes.
Em Minas Gerais, entre os dias 18/01 a 25/05/2021, foram registrados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) 16.867 casos de eventos adversos em decorrência da vacinação. A maior parte é de natureza leve, 92,5%. Isso significa que, das 6.882.824 doses aplicadas na data, em 0,24% ocorreu algum tipo de reação.
Por outro lado, a letalidade da doença, de acordo com os estudos científicos, é de 2,55%. O que significa que, de cada cem pessoas que têm coronavírus, 2,55 vieram a óbito. A proporção de pessoas que morrem no estado por covid-19 é dez vezes maior do que as que sentem algum efeito colateral em decorrência da imunização. “Os benefícios das vacinas são bem superiores aos riscos que podem ocorrer, visto que os eventos adversos mais comuns são aqueles esperados, como dor local, febre e sintomas gripais”, afirma a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da SES-MG, Josianne Dias Gusmão.
O alerta da coordenadora é para que as pessoas que estão incluídas nos grupos prioritários, procurem uma unidade de saúde para se vacinar. “Aqueles que já tomaram a primeira dose, não deixem de completar o esquema vacinal com a D2. É essencial tomar as duas doses para ser considerado imunizado.”
A SES-MG orienta que as secretarias municipais informem as pessoas quando forem vacinadas, na unidade de saúde, sobre os eventos adversos mais comuns ou esperados. Segundo a coordenadora, se a pessoa apresentar algum sintoma, é importante informar a unidade de saúde para investigação do evento adverso.
A investigação realizada pela Secretaria, dependendo do evento, inclui a solicitação de documentação complementar, como prontuários médicos, laudos de exames laboratoriais e de imagem e relatórios de evolução. “As situações graves e pareceres são discutidas com profissionais capacitados, visando à elucidação do caso”, pontua a coordenadora. Alguns desses são apresentados para avaliação e classificação pelo Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos (Cifavi). Após o encerramento e validação dos casos pelo comitê, ocorre um retorno a todos os envolvidos.
Estudos Clínicos
As vacinas administradas no Brasil são seguras. Até o momento, o Ministério da Saúde já adquiriu Astrazeneca, Coronavac e Pfizer. Antes da autorização de uso, elas passam por diversas fases de avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além disto, todas são verificadas por estudos clínicos quando são medidas a segurança, eficiência e ocorrência de eventos adversos em públicos determinados. Nos estudos clínicos com a vacina da Astrazeneca, de acordo com a bula do medicamento, a maioria dos efeitos colaterais foi de natureza leve a moderada e resolvida dentro de poucos dias.
Menos efeitos colaterais foram relatados após a segunda dose. A sua segurança geral é baseada na análise dos dados agrupados de quatro estudos clínicos realizados no Reino Unido, Brasil e África do Sul. “As reações começam até um dia após a vacinação e esses efeitos duram um ou dois dias”, explica a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da SES-MG, Josianne Dias Gusmão.
Já na bula da vacina CoronaVac, conforme estudos clínicos realizados com idosos acima de 60 anos,não são comuns reações como vômito, calafrios, diminuição de apetite, reação alérgica, tontura, hematoma, hipotermia, desconforto nos membros, fraqueza muscular, ocorrendo em 0,1% e 1% dos pacientes. Já no grupo de adultos entre 18 e 59 anos, são incomuns também reações como vômito, febre, vermelhidão, reação alérgica, dor garganta, espirros, fraqueza muscular, tontura, dor abdominal, sonolência, mal estar, dor abdominal superior e nas costas, vertigem e falta de ar, sendo registradas em 0,1% e 1% dos analisados.
A segurança da vacina do laboratório da Pfizer foi avaliada em participantes com idade igual ou superior a 16 anos em dois estudos clínicos conduzidos nos Estados Unidos, Europa, Turquia, África do Sul e América do Sul. O primeiro envolveu 60 participantes, de 18 a 55 anos. O segundo avaliou aproximadamente com 44 mil participantes, com 12 anos de idade ou mais. O PNI recomenda a administração das vacinas contra a covid-19 em pessoas com 18 anos ou mais.
As reações adversas mais frequentes em participantes com idade igual ou superior a 16 anos foram dor no local de injeção em mais de 80% dos casos; fadiga, em 60%; cefaleias, em 50%; mialgia e calafrios, em 30%, dor nas juntas em 20%, inchaço no local de injeção em 10% e geralmente foram de intensidade leve ou moderada e resolveram-se alguns dias após a vacinação.
Programa Nacional de Imunizações
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde disponibiliza vacinas para mais de 30 doenças. São 300 milhões de doses distribuídas por ano. “Provavelmente, grande parte dos mineiros, em algum momento de sua vida, tenha recebido pelo menos uma dose das vacinas do SUS”, afirma a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da SES-MG.
Há 48 anos, graças à capilaridade do PNI, o estado conta com mais de 5 mil salas de vacinação distribuídas nas 853 cidades mineiras. Por conta de um sistema organizado, foi possível a erradicação de pelo menos cinco doenças no Brasil: poliomielite, síndrome da rubéola congênita, rubéola, tétano materno e tétano neonatal, além da varíola que foi erradicada antes da instituição oficial do programa.
Confira abaixo as bulas das vacinas:
Coronavac:
https://vacinacovid.butantan.
Pfizer:
https://www.pfizer.com.br/
Plano de Contingência para Vacinação de Covid-19 - Minas Gerais
http://vigilancia.saude.mg.
Por Agência Minas
Foto: Pedro Gontijo