07/11/2022

Protocolo para prevenção e controle do Monkeypox leva Fhemig à final da 7ª edição do Prêmio Inova Minas Gerais

Votação popular teve início hoje (7/11) e vai até o dia 24/11. Para votar, basta fazer login no MGapp ou no site cidadão.mg.gov.br

O Protocolo Clínico para orientações gerais, prevenção e controle do Monkeypox (varíola do macaco), elaborado por um grupo de profissionais da Fhemig, é finalista do 7º Prêmio Inova Minas Gerais na categoria iniciativas implementadas de sucesso - modalidade: inovação em políticas públicas.

Criada em 2016 e coordenada pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), a premiação busca promover ações para simplificar e desburocratizar os processos governamentais por meio de propostas inovadoras e de iniciativas implementadas com sucesso que possam transformar e melhorar os serviços públicos destinados à sociedade.

A Fhemig foi premiada nas duas últimas edições, em 2020 e 2021. No ano passado, ficou em terceiro lugar, com o Protocolo de Diretrizes Assistenciais COVID-19, e, em 2020, também em terceiro lugar com o trabalho “Efetividade da simulação realística na adesão às medidas de prevenção de infecção em uma unidade neonatal”.

Este ano, concorre com o protocolo criado em menos de duas semanas para enfrentar os desafios impostos pela varíola dos macacos, doença transmitida pelo vírus Monkeypox e classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como emergência de saúde global em julho deste ano. Até o final do mês passado, o Brasil registrava, segundo o Ministério da Saúde, 9.226 casos confirmados e 5.054 suspeitos.

Resposta rápida

O documento é uma resposta da Fhemig ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no final de maio deste ano. O protocolo traz informações para a assistência segura ao paciente suspeito e/ou confirmado de infecção pelo vírus Monkeypox e incorpora todas as diretrizes para a rapidez da notificação, com o objetivo de subsidiar as unidades assistenciais da Rede Fhemig. Também poderá ser utilizado como base para a elaboração de protocolos de outros serviços.

Para a diretora assistencial da Fhemig, a médica infectologista Lucinéia Maria de Queiroz Carvalhais Ramos, a importância do protocolo é explicitada pelo fato de que a varíola dos macacos é uma doença que, até então, não havia sido registrada no Brasil. Mesmo os médicos experientes não tinham contato com essa enfermidade há muitos anos e os mais novos não a conheciam. “Então, nesse momento, um guia prático, objetivo, que inclua a temática na rotina - e não só na rotina, como também na forma de organização do sistema de saúde, é fundamental para os profissionais serem ágeis e assertivos nos processos assistenciais, de notificação, de trânsito do paciente e de manejo dentro da rede de atenção”.

A experiência recente da comunidade científica e médica na pandemia da covid-19 motivou a agilidade no enfrentamento à varíola do macaco. Embora o número de casos tenha diminuído nas Américas e na Europa, a OMS mantém o nível de alerta máximo para a doença. Em regiões endêmicas, o Monkeypox causa uma letalidade entre 1% e 10%. Acredita-se que os hospedeiros animais da varíola do macaco sejam roedores silvestres e primatas não humanos.

Livre acesso

Outro aspecto crucial é que não há vacina específica contra o vírus. Os sintomas da varíola do macaco são mal-estar geral, febre e cansaço, que são muito parecidos com os da gripe. Além disso, os nódulos linfáticos ficam inchados. Na sequência, aparecem erupções na pele, que podem se iniciar como manchas vermelhas e sem volume, depois apresentam volume e bolhas para, finalmente, formarem cascas. Uma característica que a diferencia da varicela (catapora) é que as lesões se apresentam em uma mesma fase de evolução nos casos de varíola.

Lucinéia ressalta que a Fhemig disponibilizou o protocolo para livre acesso dos profissionais de qualquer serviço, por meio do site da Fundação. “Principalmente profissionais das cidades do interior, têm o hábito de consultar a página da Fhemig. A consulta aos protocolos é muito frequente e já constitui uma cultura estabelecida. Assim, extramuros, conseguimos contribuir com outras cidades que não produzem seus próprios protocolos e que necessitam de uma visão do sistema de saúde, de como uma unidade referência trata o paciente com Monkeypox. Esse é um papel importante, de impacto, que ultrapassa as unidades da Fhemig, e que é cumprido com os protocolos de modo geral, e com o do Monkeypox em particular”, esclarece a diretora.

Ao falar em nome do coletivo de profissionais que produziu o protocolo do Monkeypox, Lucinéia afirma que ser finalista do 7º Prêmio Inova Minas Gerais é motivo de orgulho, principalmente pela visibilidade que o prêmio dá para a capacidade produtiva e para reforçar a responsabilidade do grupo que produz informações para as equipes assistenciais. “Talvez esse seja o maior prêmio: que a Fhemig consegue dar dimensão maior ao produto, que é o próprio protocolo, e ao bem maior, que é trazer mais atenção e mais profissionais consultando e divulgando o protocolo, fomentando o conhecimento. A grande importância é essa, ser reconhecida como produtora de conhecimento e, acima de tudo, promover cada vez mais o acesso a esse conhecimento para que os profissionais da saúde se utilizem dele”, finaliza a infectologista.

Por Alexandra Marques