03/03/2022

Fhemig comemora resultados da metodologia DRG

Utilizada desde 2019 na rede, os Grupos de Diagnósticos Relacionados (originalmente em inglês, Diagnosis Related Groups – DRG) subsidiam ações gerenciais e ajudam a superar os desafios da atenção hospitalar

Os primeiros resultados da metodologia DRG, implantada há pouco mais de dois anos nas unidades hospitalares da Rede Fhemig, mereceram destaque em dois artigos publicados pela Revista de Administração Hospitalar e Inovação em Saúde da Universidade Federal de Minas Gerais, a RAHIS, no início deste ano.

Os artigos apresentados no 7ᵒ Fórum Científico da Fhemig, posteriormente aceitos para publicação, são de autoria de Marco Aurélio ngelo, coordenador médico DRG; Bárbara Martins, coordenadora DRG; Cynthia Carolina Andrade, Priscilla Fernandes e Alisson Alves - enfermeiros analistas da Assessoria Técnica do DRG, servidores da Diretoria de Contratualização e Gestão da Informação (DCGI) da Fhemig.

Atualmente, o projeto DRG está em andamento nos Complexos de Urgência (HJXXIII, HIJPII, HMAL); de Especialidades (HJK, HAC) e de Referência (MOV, HEM, HRAD, HRJP, HRB-JA).

A metodologia se baseia na interação do modelo de governança com uma base sólida de informações, ou seja, um banco de dados robusto, fidedigno, e que assegura benchmarking com outras instituições, tanto do SUS, Saúde Suplementar ou assistência privada, que tratam de pacientes de mesma complexidade, no nível nacional ou até mesmo internacional.

Com os dados gerados pela plataforma DRG, que consolida e analisa as informações assistenciais coletadas, é possível ter subsídios que auxiliam na tomada de decisões gerenciais que refletem diretamente na melhoria dos processos e, consequentemente, na qualidade da assistência prestada aos usuários.

Os artigos apresentam o processo de implantação da metodologia nos dez hospitais, e as iniciativas de controle de qualidade da codificação e do banco de dados, além dos benefícios imediatos da utilização da metodologia. Atualmente, 93% dos atendimentos realizados nos dez hospitais do projeto já foram codificados, com dados de 2020 e 2021.

Em um exemplo citado, a análise realizada no início de 2021 identificou que 61,5% das oportunidades de melhoria de desempenho estavam relacionadas com excesso de permanência. Ou seja, para atender os pacientes, era consumido um tempo de internação maior do que a média. Por sua vez, 8,7% das oportunidades detectadas associam-se às condições adquiridas, que, se evitadas, assegurariam melhor qualidade, menores custos e redução da permanência.

Durante o processo de aprimoramento do uso da metodologia, o empenho e a dedicação dos diretores e das coordenações hospitalares do DRG permitiram ganhos de eficiência da ordem de 11% a 12% em algumas linhas de cuidados, representando, na administração pública direta, um melhor aproveitamento dos recursos públicos aliado ao aumento de acesso da sociedade a esses recursos críticos, com garantia de processos auditáveis.

“Quando você mostra onde está o caminho para melhorar e quais são as falhas, os processos vão se ajustando com mais facilidade. Com isso, você possibilita um esforço mais bem dirigido para corrigir os problemas”, afirma Marco Aurélio ngelo, um dos autores do artigo.
Recorrendo ao exemplo citado, sobre a permanência de pacientes por tempo superior ao necessário para a conclusão de seu tratamento, a também autora Bárbara Martins apresenta dois ganhos relevantes. “Primeiro para o próprio paciente, que fica na unidade pelo tempo oportuno. Na sequência, o benefício para a sociedade, pois possibilita ampliarmos o acesso da população ao se otimizar a disponibilidade de leitos para o SUS”, analisa.

A metodologia requer a mobilização de uma equipe capacitada, os analistas de informações em saúde, também reconhecidos como codificadores, que além de repassar as informações dos prontuários para o sistema, desenvolvem um trabalho de interpretação de toda a condição clínica do paciente e a assistência recebida na jornada hospitalar, até o desfecho.

Com o amadurecimento dessa equipe de analistas da base de dados, a próxima etapa é intensificar a disseminação do DRG, permitindo que cada vez mais os gestores tenham à disposição informações mais precisas para a definição de diretrizes e acompanhamento de resultados.


Por Michèlle Guirlanda