05/04/2022

Fhemig investe em novas estratégias para garantir a segurança assistencial de seus usuários

Pandemia do coronavírus trouxe experiência e aprendizados de práticas desenvolvidas nas unidades da rede

O Ministério da Saúde realiza anualmente a campanha “Abril pela Segurança do Paciente”, momento em que são reforçadas as iniciativas em prol de práticas hospitalares seguras, compartilhados conhecimentos e divulgado o papel dos serviços, dos profissionais e das universidades neste sentido. A experiência trazida com o atendimento aos casos de covid-19 na Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) - rede pública hospitalar que mais realizou internações em Minas Gerais pela doença -, e também com treinamentos, elaboração de protocolos e mudanças logísticas e estruturais nas unidades, gerou um grande aprendizado para todos os envolvidos e trouxe bons resultados para a área da saúde.

“O autocuidado está em suas mãos!”, temática da campanha de 2022, fortalece a ideia de que os pacientes devem ser donos de seu próprio cuidado, buscando informação para não restarem dúvidas sobre o tratamento que estão recebendo. “Buscar o empoderamento dos pacientes frente ao seu cuidado é de suma importância, pois sabe-se que eles podem e devem ser a última barreira para que os eventos adversos não aconteçam”, afirma a coordenadora da Coordenação de Segurança Assistencial da Fhemig (CSA), Erika Chamon.

O setor integra a Gerência de Diretrizes Assistenciais (CSA / GDA / Dirass) e atuou desde o início de 2020, conjuntamente com as demais coordenações do setor, na construção e revisões do Protocolo de Diretrizes Assistenciais para enfrentamento à covid-19, que alicerça as ações dos complexos hospitalares da Fundação. Para 2022, com a melhoria no cenário da pandemia, a CSA promoverá, junto às unidades, novas estratégias visando o envolvimento do paciente na segurança dos cuidados de saúde. “O objetivo principal é centralizar a comunicação no usuário, considerando que esta é, efetivamente, a principal ferramenta para promover sua participação, e, consequentemente, aumentar a segurança e a prevenção de incidentes”, ressalta a enfermeira da equipe Isabella Manetta.

Ações

De acordo com Erika Chamon, folders e cartilhas educativas, desenvolvidas em conjunto com as diretorias da Fhemig, serão encaminhados para as unidades, com o intuito de conscientizar os usuários da Rede sobre a importância da segurança do paciente, e como ele mesmo pode colaborar para que ela seja eficaz. Além disso, está sendo proposto o uso de pulseiras coloridas para sinalizar alguns dos riscos assistenciais aos quais os pacientes estão expostos em âmbito hospitalar, como a alergia medicamentosa e risco de quedas. O uso de pulseiras de identificação específicas para recém-nascidos prematuros ou com baixo peso também faz parte do planejamento.

Buscando práticas assistenciais mais eficazes, a equipe da CSA incluirá cada vez em suas rotinas de trabalho auditorias de processos, baseados em check lists direcionadores, pautados nas melhores evidências e legislações. “Desta forma, somos capazes de monitorar as boas práticas implementadas, relacionadas aos Protocolos de Segurança do Paciente, e acompanhar a efetividade das ações”, explica Erika.

Segundo ela, o desenvolvimento de estratégias para a segurança do paciente no Brasil depende de investimentos em conhecimento para as equipes hospitalares e do cumprimento responsável das normas e regulamentos que regem o funcionamento dos serviços de saúde, condição básica para que novos passos possam ser dados. “A cultura da segurança do paciente é algo que ainda está em fase de construção em diversos setores de saúde, e são necessários engajamento e apoio da alta gestão, dos profissionais atuantes na linha de frente, e dos próprios pacientes”, completa a coordenadora.

Gestão de Riscos

De 5 a 8 de abril, a CSA, juntamente com a AEST/Qualidade e a Comissão de Gestão de Riscos da Rede Fhemig, promove o I Workshop de Gestão de Riscos, que tem como público-alvo os servidores que atuam no Núcleo de Riscos e Qualidade das unidades assistenciais. O objetivo é capacitar, por meio da teoria e prática, as equipes a anteciparem o desencadeamento de um evento adverso e que possam prever as suas consequências.

“Entendemos que as unidades necessitam gerir o risco anteriormente à possibilidade de sua ocorrência. A ideia é abandonarmos a postura reativa diante de falhas assistenciais notificadas e passarmos a trabalhar preventivamente”, completa Érika Chamon.

 

Por Anni Luise Sieglitz

Foto: Renato Cobucci