27/07/2023

Complexo Hospitalar de Especialidades da Fhemig tem nova diretoria e projeto para consolidar seu papel estratégico

À frente do segundo maior complexo hospitalar da Rede Fhemig, diretora-geral tem história pessoal e profissional ligada ao Hospital Júlia Kubitschek

A fisioterapeuta Cláudia Fernanda de Andrade e o médico Samuel Gonçalves da Cruz são os novos gestores do Complexo Hospitalar de Especialidades (CHE)da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). A posse da diretora-geral e do diretor assistencial, na tarde de quarta-feira (26/7), no auditório do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), no bairro Milionários, reuniu representantes das 19 unidades hospitalares da Rede, usuários dos serviços, comunidade do entorno do HJK, familiares e amigos de ambos.

Idealizado durante a pandemia da covid-19, o Complexo de Especialidades reúne os hospitais Júlia Kubitschek (HJK) e Alberto Cavalcanti (HAC). O redesenho integrativo dos processos operacionais assistenciais e administrativos, decorrente do CHE, é responsável pelo aumento da oferta e pelo aperfeiçoamento dos serviços assistenciais de média e alta complexidade prestados pelo complexo hospitalar aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Na cerimônia, a presidente da Fhemig, Renata Ferreira Leles Dias, destacou que a Fundação vive atualmente uma integração sem precedentes em sua história. “Temos aumentado, de forma progressiva, nossa sinergia para realizar a missão da entrega de serviços de qualidade na saúde pública e de fortalecer o SUS”.

Cláudia destacou a força do trabalho e do protagonismo das mulheres no CHE, que estão à frente de 65% dos cargos de liderança. “Nada resiste ao trabalho. A força coletiva fará o melhor por esse Complexo e por seus usuários”, salientou a diretora-geral.

Para Samuel, o CHE tem o compromisso de associar a qualidade à quantidade em suas entregas aos usuários, de forma a “devolver à comunidade o investimento que cada cidadão faz. A matéria-prima do nosso trabalho é o ser humano”.

Convergência

Referências em suas respectivas áreas, os dois hospitais empreendem ações que convergem para a consolidação do papel da Fhemig nos âmbitos local, regional e também nacional, por meio da entrega de serviços de qualidade e da adoção de práticas que promovem, efetivamente, a recuperação da saúde e a qualidade de vida da população.

Nesse contexto, os novos gestores propõem um amplo programa estratégico que consiste em transformar a maternidade do HJK em referência tanto em partos de risco habitual quanto em gestações de alto risco, de modo a assegurar o pleno atendimento das referências microrregionais, fortalecer a assistência pelo SUS e aumentar o número de partos realizados.

Outro ponto fundamental do programa é o fortalecimento do acesso dos pacientes de média e alta complexidade aos serviços de pneumologia geral e sanitária, com a ampliação do número de primeiras consultas.

A construção de uma sólida parceria com a Comissão Municipal de Oncologia (CMO) e os usuários do serviço, com o objetivo de aprimorar a assistência oncológica prestada é outra etapa do programa. A oferta de laringes eletrônicas aos pacientes elegíveis atendidos pelo HAC, assim como a adoção pioneira no estado da navegação de pacientes oncológicos são exemplos da amplitude do caminho que começa a ser trilhado. Além disso, a retomada da concomitância da realização da quimioterapia e da radiologia pelo HAC, em março deste ano, permite que o paciente seja atendido integralmente no hospital desde o diagnóstico.

A nova diretoria também trabalha para fortalecer o acesso e ampliar o atendimento a pacientes de média e alta complexidade no ambulatório de cirurgia torácica, bem como para aumentar a eficiência do Complexo por meio da plena compatibilidade entre estrutura, equipe e insumos disponíveis; com destaque para a produção de cirurgias.

Base segura

Nessa direção, a recente ampliação e modernização do bloco cirúrgico do HJK, concluídas em 31/3 deste ano, representam uma base segura para os propósitos dos novos gestores. O bloco passou de quatro para sete salas de cirurgia e gerou impacto positivo no atendimento às demandas de procedimento eletivos acumuladas durante a pandemia da covid-19.

Do mesmo modo, a modernização do parque tecnológico do bloco trouxe mais segurança e conforto aos pacientes durante os procedimentos. Essa importante conquista marca a retomada progressiva do número de procedimentos realizados antes da pandemia – uma média de 1.800 cirurgias por ano.

Essas ações receberam investimentos de mais de R$ 940 mil em equipamentos para o bloco, somente no ano passado. Considerando o montante direcionado para a compra de equipamentos desde 2021, o valor total é de aproximadamente R$ 6 milhões. Já as obras no bloco representaram um investimento total de cerca de R$ 4,5 milhões.

Além disso, a partir deste mês, o HJK conta com novos profissionais (fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, de farmácia e de patologia clínica) para a reabertura de 10 leitos de terapia intensiva e 20 de enfermaria cirúrgica.

Relação de longa data

Servidora efetiva da Fhemig e moradora do bairro Milionários, Cláudia de Andrade, 37 anos, construiu sua carreira no Hospital Júlia Kubitschek ao longo dos últimos 15 anos. Antes de conquistar o cargo mais alto na hierarquia do Complexo, a fisioterapeuta foi coordenadora do serviço de apoio diagnóstico, assessora da Gerência Administrativa e gerente de Apoio Diagnóstico do HJK, além de diretora assistencial do CHE. Cláudia percorreu todo esse caminho sem nunca deixar o bairro em que nasceu e ali formou sua família.

Além disso, a relação da diretora-geral com o HJK remonta à sua infância. Ela afirma que a decisão de se tornar fisioterapeuta e trabalhar no SUS foi diretamente influenciada pelo contato que teve com os profissionais da área, aos 14 anos, ao acompanhar o irmão Felipe, 5 anos mais jovem, durante os atendimentos no setor de fisioterapia ambulatorial do HJK, após ser operado, aos nove anos, para corrigir uma alteração congênita nos ligamentos, músculos, tendões e ossos do pé, conhecida como pé torto. Cláudia revela ter ficado impressionada com a reabilitação promovida pelos fisioterapeutas do HJK. “Somo duas paixões: o Júlia Kubistchek na minha essência e a fisioterapia na minha formação profissional”, assegura.

Formada em fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Cláudia é especialista em Terapia Intensiva pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e especialista em Administração Pública, Planejamento e Gestão Governamental pela Fundação João Pinheiro.

Casada e mãe de um menino de cinco anos e de uma menina de um ano, seus pais, seu irmão e a família que ele constituiu também moram no entorno do HJK.

Recente e remota

Embora a trajetória profissional do diretor assistencial do CHE, Samuel Gonçalves da Cruz, seja recente na Fhemig, iniciada há apenas três meses, sua relação pessoal com a Fundação é remota e data de mais de três décadas, quando, aos quase 5 anos de idade, se tornou paciente da Unidade de Tratamento de Queimados do Hospital João XXIII. Assim como Cláudia, ele assegura que a convivência com os profissionais daquela unidade hospitalar o influenciaram ao escolher a medicina como profissão.

Até assumir a função de diretor assistencial do CHE, Samuel atuava, desde abril deste ano, como gerente médico da linha de cuidado maternoinfantil do HJK. Formado em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ele é especialista em Clínica Médica pelo Hospital Semper e em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Já foi preceptor dos programas de Clínica Médica dos hospitais Odilon Behrens e Risoleta Tolentino Neves. Também atuou como professor do curso de medicina da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais.

Samuel é casado e pai de duas meninas de 2 anos e 3 meses, respectivamente.

Por Alexandra Marques